Vale a pena pagar o mínimo da fatura do cartão?
E se eu não pagar meu cartão esse mês? O que pode acontecer se eu atrasar o pagamento do cartão? Como funciona esse negócio de pagamento mínimo de fatura do cartão?
Sabemos que essas e outras questões por vezes podem passar na cabeça de algum titular de cartão de crédito. Nunca se sabe quando é que vai acontecer de você estar um pouco mal financeiramente num determinado mês, ou quando vai acontecer uma emergência que te impeça de pagar o valor total do cartão, ou… Bem, há coisas que podem acontecer e que vão te fazer pensar nessas perguntas.
Afinal, o que é o mínimo da fatura?
O pagamento mínimo da fatura é uma opção que os bancos podem oferecer ao cliente para que ele não fique inadimplente com o pagamento da fatura de seu cartão. O valor do pagamento mínimo da fatura do cartão é equivalente a 15% do valor total da fatura.
Parece uma boa opção, certo? Mas entenda que esse é para ser um recurso apenas para casos de alta necessidade. Isso se deve ao fato de que a taxa que cai na fatura mínima é a taxa de juros do crédito rotativo, e isso não é boa coisa, porque essas taxas costumam ser bastante altas. Para se ter uma breve ideia, a taxa de juros do crédito rotativo em maio deste ano (2023) chegou aos 455% anuais (média de 45,4% mensais), essa é uma taxa extremamente alta.
Além disso, pagar o mínimo da fatura não irá lhe isentar de pagar, no mês seguinte, o restante da fatura, juntamente da próxima fatura e, ainda, todas essas taxas e juros. É como dar um tiro no escuro, se o cliente não tiver uma boa reserva de crédito para o próximo mês para garantir que não vai continuar endividado, isso pode ser um risco de um ciclo de endividamento do qual será difícil sair depois.
Então, em vez de recorrer ao mínimo, o que irá acontecer se eu atrasar a fatura?
Essa é outra alternativa que, apesar de ser “menos pior” do que pagar apenas o mínimo da fatura, talvez, também, não seja a melhor das ideias se você puder evitar de alguma forma. Afinal, diversas outras taxas serão cobradas por isso, ainda que a mais alta dessas taxas seja menor do que a taxa do crédito rotativo.
Para começar, os bancos terão direito a cobrar uma taxa de juros por conta do atraso. O valor pode variar bastante, no entanto, normalmente ele está por volta de 10% ou mais por mês de atraso. Ainda há também, é claro, a multa por atraso, que diferente dos juros não é tão alta assim. Essa multa não é cumulativa e deverá ser cobrada a partir de um dia de atraso (um dia após a data de vencimento, normalmente. Independentemente do tempo de multa, já que não é cumulativa, essa multa terá o mesmo valor fixado como multa no contrato. Por fim, existe ainda o IOF, que é o Imposto sobre Operações Financeiras, com uma taxa inicial de 0,38% mais uma taxa de 0,0082% por dia até a quitação da dívida da fatura.
Como pode ver… São muitos cálculos e taxas que irão recair em sua fatura, no final das contas.
Quais as melhores opções, caso seja difícil de pagar a fatura no tempo certo?
Existem, neste caso, diversos fatores a serem avaliados. Veja suas contas bancárias, cheque suas finanças. Há algumas perguntas que você deverá se fazer antes de tomar uma decisão sobre os próximos passos. Caso deseje optar pelo mínimo da fatura, pense se você tem uma alta garantia de que, no próximo mês, você terá dinheiro para arcar com o restante dessa fatura, a altíssima taxa que terá que pagar e, é claro, a fatura do próximo mês sem quaisquer problemas. Se for este o caso, então não há muito o que se preocupar. Recomenda-se, inclusive, que você deixe essa quantia absolutamente intocada em uma conta à parte, talvez possa pensar sobre uma conta de poupança para esses casos emergenciais.
Mas se não for o caso, parcelar uma fatura de cartão pode ser algo a se pensar. Caso contrário, será muito trabalhoso conseguir o montante necessário para pagar algo que provavelmente virá num valor exorbitante. Inclusive, o rotativo poderá ser usado somente por até 30 dias. Após isso, o banco é obrigado a fornecer parcelamento automático com juros mais justos. Isso é uma forma de proteção ao consumidor para que ele não fique tão afogado em suas dívidas pelo uso excessivo do rotativo. Isso começou a ser feito a partir de 2017.
Há um prazo final de atraso permitido?
Sejamos sinceros aqui. O ideal é tentar ao máximo não atrasar, na realidade. Quanto mais o tempo se passar sem que a dívida seja quitada após seu vencimento, maior será o preço a ser pago ao final, ainda que incidam as menores taxas conforme a opção para cessar a inadimplência. Entretanto, se for o caso de precisar atrasar, não existe ao certo um tempo limite para isso. Muito tempo de atraso iria, no máximo, aumentar o valor final de sua fatura, porém deve-se atentar ao contrato porque após determinado prazo estipulado o banco poderá colocar seu nome nos sistemas de proteção ao crédito (SPC/Serasa) até que a dívida seja quitada.
Conclusão: o que fazer então em caso de atraso na fatura do cartão de crédito?
Se o atraso no fim das contas for algo inevitável, um dos melhores conselhos que pode haver é: faça um empréstimo. Nada alto, é claro, apenas o valor necessário para quitar o valor do cartão. Busque, naturalmente, por um empréstimo com baixas taxas de juros, podendo ser um crédito pessoal, com garantia ou consignado. Recomenda-se uma boa pesquisa de mercado, será sábio se você buscar pelo melhor custo benefício.
Aqui em nosso blog, você pode encontrar artigos de empréstimos de diversos bancos.
Além disso, após quitar a dívida do cartão de crédito, tente evitar usá-lo por algum tempo até conseguir se restabelecer financeiramente. Não o use, pois terá de o reembolsar depois, e como você já terá que se preocupar com as parcelas do empréstimo, evitar usar o cartão em questão só irá lhe endividar de novo. Volte a usar este cartão tão somente após a quitação das parcelas do empréstimo, se possível.
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